(texto tirado e adaptado de http://www.naturlink.pt/canais/Artigo.asp?iArtigo=159
&iLingua=1)
Características, ecologia e utilizações de uma das mais
importantes e emblemáticas espécies florestais da nossa flora,
em termos ecológicos e económicos.
Nuno Cruz António
TAXONOMIA
O sobreiro (Quercus suber) pertence à ordem das Fagales, família
das Fagáceas, género Quercus; a espécie é Quercus
suber.
DESCRIÇÃO
Árvore de porte médio, com uma copa ampla, com uma altura média
de 15-20 m. Pode atingir, em casos extremos, os 25 m de altura. O tronco tem
uma casca espessa, vulgarmente designada por cortiça. As folhas são
persistentes, de cor verde-escura, brilhantes nas faces superiores e acinzentadas
nas inferiores e têm uma forma oval. O fruto do sobreiro é a glande.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Sul da Europa e Norte de África.
Existe em todo o nosso país, espontaneamente, semeado ou plantado. Nos
dois últimos casos forma povoamentos denominados montados, onde os
sobreiros existem quase sempre em consociação com uma cultura
agrícola ou uma pastagem.
CONDIÇÕES AMBIENTAIS
É chamada uma “árvore de sombra”, crescendo melhor
debaixo de árvores adultas. Prefere climas com amplitudes
térmicassuaves, humidade atmosférica e insolação elevadas.
Suporta bem todos os tipos de solos excepto os calcários.
PROPAGAÇÃO
Propaga-se por semente. As sementes perdem rapidamente a capacidade de germinar.
CURIOSIDADES
O sobreiro era chamado de suber pelos romanos, foi daí que veio a sua
denominação científica em latim.
A cortiça proporciona ao sobreiro uma protecção contra
o fogo, permitindo-lhe frequentemente sobreviver a incêndios que matam
outras árvores.
UTILIZAÇÕES
A sua principal utilização é a produção
de cortiça, o único produto do qual Portugal é o primeiro
produtor mundial. Os frutos serviam de alimento para porcos. As folhas mais
baixas ou deixadas no solo como resultado de podas ou desbastes,
servem como complemento de alimentação para o gado nas épocas
do ano em que o pasto escasseia.
A madeira é muito dura e compacta, difícil de trabalhar, tendo
pouco valor para carpintaria e marcenaria. É no
entanto um óptimo combustível para lume,
sendo muito utilizada nas lareiras.